A nova central de liquidação e registro de operações da BM&FBovespa começa a funcionar dia 18, informou hoje o presidente da bolsa Edemir Pinto, durante a apresentação dos resultados do segundo trimestre. A operação teve sinal verde do Banco Central (BC) ontem e faz parte do projeto de concentrar em um único ambiente todas as clearing dos diversos mercados que a BM&FBovespa tem hoje – a CBLC, de ações e seus derivativos, a de contratos futuros e a de câmbio.
Com isso, as garantias dadas em um mercado poderão ser consideradas em outros, reduzindo a necessidade de depósitos dos investidores. Além disso, o investidor receberá e pagará apenas o valor líquido de todos os mercados, evitando ter de pagar em bolsa quando tem de receber em futuro de juros, por exemplo.
Segundo Edemir, nesta primeira fase, serão transferidos para a nova clearing somente as operações feitas no segmento BM&F, de mercadorias e futuros. Com a operação, cerca de R$ 20 bilhões em garantias dadas pelos investidores ficarão liberadas, uma vez que acabará a dupla contagem com a exigência de uma garantia para cada mercado. “Comparo essa mudança com a criação do SBP (Sistema Brasileiro de Pagamentos) em 2002 que transformou o sistema de pagamentos brasileiro”, diz.
O próximo passo será a transferência das operações com ações e seus derivativos, hoje realizadas na CBLC, e depois a de câmbio.
A transferência das operações levará à desativação da atual clearing da BM&F. As demais fases de integração, porém, devem demorar, como explicou Cicero Augusto Vieira Neto, diretor executivo de Operações, Clearing e Depositária. “No caso dos derivativos e futuros, começamos os testes em julho de 2013 com as corretoras e somente em abril deste ano começamos a operação paralela das duas clearings”, diz.
O processo deverá ser parecido com a clearing de ações, a CBLC. “Devemos estar concluindo a migração das operações de ações e seus derivativos no fim do ano que vem, junto com as de câmbio”, estimou.