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Não deixe a disparada do dólar estragar a viagem de férias; confira dicas de especialistas

Quem se programou ou ainda sonha com a possibilidade de assistir a Copa do Mundo ou viajar nas férias de julho ou no fim de ano deve estar se perguntando até onde a recente disparada do dólar pode atrapalhar ou mesmo comprometer os planos de passeios ao exterior. No câmbio comercial, a moeda americana saiu de um patamar de R$ 3,20 no início do ano para R$ 3,90 na primeira semana de junho, com alta de quase 22%, e, no turismo, das passagens e cartões de crédito, de R$ 3,49 para R$ 4,07, um salto de 16,7%. Mas, por incrível que pareça, especialistas dizem que é possível driblar a situação do câmbio, buscando saídas como compensar o aumento dos custos de viagem fazendo compras com antecedência, além de adotar maior disciplina, planejamento e organização.

Tentar sair com a maior parte das despesas pagas em reais

Para o gerente de Câmbio do Banco Ourinvest, Bruno Foresti, uma dica de economia para os que pretendem sair de férias no atual cenário é tentar viajar com o máximo das despesas já pagas em reais, fugindo do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e da variação cambial. “Caso o turista viaje com hospedagem, traslados e passagens já pagos, sobrarão apenas as despesas de alimentação e outros passeios, de forma que o dinheiro em espécie represente apenas uma parcela do custo total da viagem”, sugere o especialista.

A princípio, a orientação para quem espera viajar até o fim deste ano, período que promete muita volatilidade, seria comprar a moeda o quanto antes, “porém, isso dependerá muito do perfil do turista, do valor que pretende levar e do tipo de viagem que ele fará”, pondera Foresti.

Mais disciplina e planejamento ajudam a garantir planos

Já para a equipe do aplicativo de finanças pessoais GuiaBolso, o dólar não pode ser a única desculpa para frustrar os planos para as férias em 2018. Thiago Alvarez, presidente da empresa, preparou cinco dicas financeiras pensando justamente em quem não sabe por onde começar, mas ainda quer viajar agora ou no fim do ano. Segundo ele, com maior disciplina e planejamento é possível viajar sem prejudicar o orçamento ou comprometer o restante do ano com as despesas.

Vale a pena buscar economias que compensem aumento de custos

Alvarez lembra que, para o turista, a moeda em geral é vendida por um valor 20 centavos maior que no atacado. Assim, considerando a variação do dólar comercial registrada no ano, para a casa de R$ 3,90, uma pessoa que fosse fazer uma viagem relativamente confortável e com compras, gastando US$ 300 por dia durante uma semana, teria aumento de cerca de R$ 1.500 nas despesas de férias. Mas a quantia pode ser economizada de outras formas, sugere o executivo.

Confira algumas dicas dos especialistas para se programar e gastar menos:

1 – Pesquise o preço do dólar
A primeira recomendação de Alvarez, do GuiaBolso, é monitorar a variação da moeda estrangeira nas casas de câmbio. O site do Banco Central oferece um grande aliado para esta tarefa: o ranking do Valor Efetivo Total nas operações de câmbio. Essa ferramenta, o VET, quantifica as operações realizadas pelas instituições financeiras, revela o valor médio cobrado recentemente pelo dólar em cada casa de câmbio listada e informa qual seria o gasto final a partir da quantidade inicial sugerida pelo usuário. A tabela permite comparar os preços praticados nos últimos meses, sem precisar sair de casa, sendo um bom caminho para começar a pesquisa;
2- Parcele a compra de dólar
Outra dica é a compra parcelada. Ao adquirir a moeda em momentos diferentes, é possível chegar a um preço médio satisfatório e abaixo do obtido caso se espere pelo instante certo e ele não apareça. Há meses em que o consumidor comprará por menos; em outro, por mais. Mas, na média, terá pago um preço melhor do que se tentasse acertar o momento correto. Diante da instabilidade da economia, da proximidade das eleições no Brasil e das promessas de aumento da taxa de juro nos EUA, a tarefa de projetar a relação entre real e dólar se torna bem mais difícil;
3 – Compare preços de passagens e outros serviços
A mesma rotina de pesquisa é indicada para compra de passagens aéreas e para encontrar o melhor custo-benefício na hospedagem. Sites que comparam preços costumam oferecer boas opções e até mesmo disparar alertas via telefone em caso de promoções. Hotéis e companhias aéreas tendem a ter preços melhores quando a compra é feita com maior antecedência, mas o acesso frequente a essas páginas pode evitar que se pague um valor abusivo por um deslocamento ou uma estadia;
4 – Compre ingressos antes da viagem
Trace um roteiro para compra de ingressos para parques e outras atrações desejadas antes mesmo de seguir viagem. Boa parte das cidades turísticas conta com sites oficiais e preços melhores que os pedidos in loco. Além disso, existem os famosos cupons de descontos encontrados em hotéis e shoppings, com algumas possibilidades de gastar menos e levar um pouco mais. Lembre-se que a viagem pode cair na alta temporada. Ao comprar a entrada na hora, há o risco de os ingressos terem esgotado e, para salvar o passeio, a necessidade de comprar em escritórios de turismo com ágio ou ter de optar por lugares mais caros.
5 – Planeje dias de passeios gratuitos
Caso a família seja grande ou o orçamento apertado, também é possível se divertir com passeios sem custos. A recomendação é explorar belas paisagens para fotos, recorrer a museus gratuitos, parques e feiras de comida de rua. Em muitas cidades turísticas, há também os passeios a pé (walking tours) — boa opção para conhecer outras pessoas e pontos turísticos famosos.

Já Bruno Foresti, do Banco Ourinvest, faz algumas recomendações para quem vai acompanhar a seleção brasileira na Copa da Rússia.

1 – Se for ver a Copa do Mundo, na Rússia, dê preferência ao rublo
Para quem pensa em ir assistir os jogos do mundial de futebol in loco, as principais dicas de Bruno Foresti, do Ourinvest, são: levar 100% dos recursos em rublos, e eventualmente, uma reserva de emergência em Euros. Ele lembra que muita gente prefere levar euros, e ir trocando gradativamente, conforme precise na Rússia, para evitar voltar com rublos ‘sobrando’. Mas aconselha que levem tudo em rublos e que o excedente seja cambiado por dólar ou euros no regresso ao Brasil. “É mais cômodo e prático, principalmente em um país que não está acostumado a receber turistas ocidentais”;
2 – Lembre que valores maiores exigem declaração; limites podem ser consultados junto à Receita Federal
Vale lembrar que, a partir de um determinado valor a ser levado na viagem, é necessário fazer uma declaração tanto ao sair do Brasil quanto ao entrar na Rússia. Tais limites podem ser consultados junto à Receita Federal brasileira e ao serviço consular russo;
3 – Fique atento à cotação da moeda, que pode ser encontrada nas principais corretoras de câmbio do país
Atualmente, cada rublo, que pode ser encontrado nas principais corretoras de câmbio do Brasil, tem valores entre R$ 0,075 e R$ 0,080. Ou seja, o real vale perto de 13 vezes mais que a moeda russa, o que deve ser levado em consideração na hora de calcular o custo do consumo básico durante a Copa do Mundo.

 

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