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JBS dá férias coletivas em dez frigoríficos; União Europeia quer fiscalização maior

O impacto da divulgação, pela Polícia Federal (PF), das suspeitas de irregularidades no processo de fabricação e fiscalização da carne brasileira e seus derivados e a consequente queda nas vendas motivou a JBS, uma das companhias investigadas, a dar 20 dias de férias coletivas a empregados de dez de suas 36 unidades de abate de bovinos em funcionamento no Brasil.

Em nota divulgada hoje, a maior processadora de carnes do mundo informa que a medida entrará em vigor na próxima segunda-feira em uma planta industrial de São Paulo, três em Mato Grosso do Sul, uma em Goiás, quatro em Mato Grosso e uma no Pará.

De acordo com a empresa, a retração nas vendas de carne bovina no mercado interno nos últimos dez dias e os embargos temporários impostos à carne brasileira por aluns países tornaram a medida necessária e imprescindível para “ajustar os volumes de produção e normalizar os níveis de estoques de produtos e reescalonar a programação de embarques de produtos para os clientes do mercado externo”.

Os 20 dias previstos inicialmente podem se estender por mais dez. A JBS disse estar empenhada na manutenção do emprego de seus 125 mil colaboradores em todo o Brasil.

Empregos no setor

Também em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (Cnta) manifestou preocupação com a concessão de férias coletivas por parte da JBS. Em audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal nessa terça-feira (28), a entidade já tinha proposto a criação de um compromisso público-privado pela manutenção dos empregos no setor, por pelo menos seis meses.

“Entendemos que o trabalhador não pode pagar pelas consequências de atos que não foram cometidos por eles e que o governo deve intervir junto aos frigoríficos, principalmente, aqueles ligados aos grupos JBS, que foram financiados com verba pública e, inclusive, contam com participação acionária do BNDES”, argumenta a Cnta.

União Europeia quer tornar mais rigorosa fiscalização

O comissário da União Europeia para Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, disse hoje (29) que a União Europeia (UE) estuda medidas mais rigorosas para a entrada de produtos brasileiros em seus países-membros. Uma delas, segundo ele, seria o fortalecimento das verificações documentais.

Durante coletiva de imprensa em Brasília, Andriukaitis avaliou que o escândalo envolvendo a carne brasileira mostra a importância de se restaurar a confiança, a credibilidade e a previsibilidade dos sistemas de controle, além da necessidade de uma atuação rápida em casos como o investigado pela Operação Carne Fraca.

“Precisamos de um sistema de controle oficial e independente. Precisamos contar com plena confiança e montar um esquema de resposta imediata caso haja uma nova crise. A decisão de introduzir medidas mais rigorosas pela UE está em estudo. Estamos fortalecendo as verificações documentais, físicas, em todos os planos de interesse. E sugerimos que o países-membros verifiquem cada produto que entrar sem seu território”, disse.

Resistência antimicrobiana

Durante coletiva de imprensa, Andriukaitis falou sobre uma espécie de plano de ação desenvolvidos pelos continentes europeu e sul-americano na busca de soluções para questões globais que envolvem saúde pública – em particular, o uso excessivo e inadequado de medicamentos antimicrobianos (antibióticos).

“Isto tem a ver com implementar um sistema de rastreabilidade e de vigilância que vai nos apoiar em campo. Solicitamos aos nossos parceiros comerciais que introduzam as mesmas regras e os mesmos requisitos. Atuamos em estreita interação com eles. Certamente, avançaremos em nossas cooperações nestes moldes”, completou.

As informações são da Agência Brasil.

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