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Inflação deve fechar ano dentro do teto da meta, de 6,5%; serviços seguem desacelerando

O IPCA de novembro surpreendeu analistas ao subir 0,18%, abaixo dos 0,27% esperados pelo mercado. A inflação mais baixa levou consultorias a rever as estimativas de inflação para este ano, e algumas já preveem que o índice oficial do Banco Central (BC) fechara 2016 abaixo do teto da meta, de 6,5%, mas ainda acima do centro, de 4,5%. A informação é boa pois deve permitir que o Comitê de Política Monetária reduza mais rapidamente os juros básicos, hoje de 13,75% ao ano. A expectativa é que, se a inflação permitir, os cortes passem de 0,25 ponto, como foram os dois últimos, para 0,5 ponto.

Outro dado importante para definir a trajetória dos juros é a inflação de serviços. Os preços voltaram a desacelerar em novembro, de 0,47% para 0,42%, bem menos que o índice geral, que foi de 0,26% em outubro para 0,18% em novembro. Com isso, o acumulado dos serviços em 12 meses passou de 6,88% para 6,84%. Há, portanto, uma resistência nas quedas desse item, que é o que mais preocupa o BC hoje, pois mesmo com todo o desaquecimento da economia e os juros altos ainda não desacelerou fortemente, como ocorreu com alimentos.

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Para a MCM Consultores, a desaceleração do IPCA de novembro surpreendeu porque a expectativa em geral era de estabilidade ou ligeiro avanço. A queda da inflação contou com desaceleração de 5 dos 9 grupos, com destaque para Transportes, com passagens aéreas, gasolina e automóvel usado, Alimentação, com alimentação fora do domicílio, e Habitação, com o recuo do gás de botijão e do fim da pressão de água e esgoto.

A MCM reviu sua estimativa para o IPCA deste mês para 0,45%, em virtude da moderação da queda dos alimentos no domicílio, alta das passagens aéreas, aumento dos cigarros e dos combustíveis. Já a volta da bandeira verde nas contas de luz vai ajudar a segurar a alta. Assim, o IPCA deverá fechar o ano em 6,45%, estima a MCM, um pouco abaixo do teto da meta.

Para a Rosenberg Associados, que esperava alta de 0,24% no IPCA deste mês, a inflação oficial deve terminar o ano logo abaixo do teto da meta, de 6,5%, com a projeção para 2017 de 4,8%, com viés de baixa. Para a consultoria, o tão aguardado esfriamento de preços deste ano esbarrou nas elevadas variações de preços dos alimentos, no resquício do choque cambial do ano passado, nos efeitos climáticos negativos e problemas de safra, como com feijão.

A reversão recente desses itens, como feijão e leite, consolida uma reversão mais acelerada do choque recente, diz a consultoria. Mas, ainda que em desaceleração, o preço dos serviços enfrenta como revés o reajuste do salário mínimo acima da inflação no ano passado, que deu fôlego para os preços. A Rosenberg destaca que a taxa de difusão, que mostra o percentual de itens em alta dentro do IPCA, recuou de 59% em outubro para 57,1% em novembro, percentual que era de 78% em novembro do ano passado.

Já para Serviços, a MCM observa que a variação cedeu, contando com os recuos de passagens aéreas e alimentação fora do domicílio, mas o número dessazonalizado avançou de 0,54% para 0,63% no mês, enquanto a média móvel de 3 meses anualizada recuou de 6,6% para 6,3%. Por sua vez, a medida do BC de serviços subjacentes também se reduziu no mês  na variação em 12 meses, mas apresentou elevação na medida com ajuste sazonal (de 0,52% para 0,61% no mês) e na sua média móvel de 3 meses anualizada ao passar de 6,4% para 6,7%.

 

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