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Ibovespa cai 1,7% com denúncias contra Trump; Dow recua 1,8%; dólar e juros sobem

A turbulência política provocada pelas acusações contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou a aversão ao risco e derrubou as bolsas ao redor do mundo. O dólar caiu diante do euro e do iene e os juros dos títulos americanos recuaram, indicando maior procura por proteção.  O ouro subiu 1,8%, o maior ganho diário desde 16 de março, fechando a US$ 1.257,50 a onça-troy (31,104 gramas) em Nova York. Já o risco-Brasil voltou a subir e o papel que mede o risco, o Credit Swap Default (CDS), passou de 1,97 ponto percentual ontem para 2,06 ponto acima dos juros americanos hoje.

O receio é com denúncias de que Trump teria tentado interferir numa investigação do FBI, a Polícia Federal americana, sobre os contatos de um ex-assessor com autoridades russas. O caso pode se tornar tema para uma proposta de impeachment, o que jogaria por terra o cenário de incentivos prometidos por Trump durante a campanha presidencial para empresas e pessoas físicas e que fizeram os índices de ações americanas baterem recordes este ano.

Em meio à incerteza, o Índice Dow Jones caiu 1,8%, mesmo percentual de perda do Standard & Poor’s 500. Foi o pior dia para os dois índices desde 9 de setembro, com a queda puxada em grande parte pelo setor financeiro, que caiu 3%.

 O Nasdaq recuou 2,6%, a maior queda desde 24 de junho. Já o índice do dólar da bolsa ICE, que mede o desempenho da moeda americana em relação a outras seis, caiu 0,7%, para o menor nível desde antes da eleição de Trump, diz o The Wall Street Journal.  O índice VIX, que mede a volatilidade projetada do S&P 500 para os próximos 30 dias, subiu 46% hoje.

 Na Europa, o Índice Euro Stoxx 50 recuou 1,57%, com o DAX, de Frankfurt, perdendo 1,35% e o CAC, de Paris, 1,63%. O Financial Times, de Londres, caiu menos, 0,25%. Já o Ibex, de Madri, perdeu 1,79%.

 Ibovespa cai 1,67%

No Brasil, o Índice Bovespa caiu 1,67%, para 67.540 pontos, e o dólar comercial subiu 1,19%, para R$ 3,134 para venda. O dólar turismo ficou estável, em R$ 3,24, e os juros futuros subiram.  Com a queda de hoje, o Ibovespa acumula queda de 1% na semana e alta de 3,27% no mês. No ano, a alta é de 12,14%.

O volume negociado na bolsa hoje ficou em R$ 8,639 bilhões. Hoje também foi vencimento do mercado de opções de Índice Bovespa, que movimentou R$ 243 milhões.

Apenas duas ações do Índice Bovespa fecharam em alta, BR Malls Participações ON, 0,81%, e Qualicorp ON, com 0,50% de ganho. As maiores quedas do indicador foram Smiles ON, 4,97%, Embraer ON, 5%, Marfrig ON, 4,04%, CSN ON, 3,98% e JBS ON, 3,98%.

Entre os papéis mais negociados, os bancos também tiveram fortes perdas, acompanhando seus similares americanos. Itaú Unibanco PN, papel de maior peso no Ibovespa, caiu 2,04%, Bradesco PN, 1,97% e Banco do Brasil ON, 2,71%. Vale PNA perdeu 1,93% e Petrobras PN, 0,57%.

Os juros futuros no Brasil subiram, interrompendo uma sequência que vinha desde a semana passada por conta dos dados positivos de inflação e a estabilidade do dólar. Com a turbulência externa, o dólar voltou a subir aqui e os juros acompanharam. O contrato de DI para janeiro de 2018 fechou projetando 9%, para 8,97% ontem. Para 2019, a projeção subiu para 8,85%, ante 8,80% ontem. E, para 2021, a estimativa ficou em 9,62%, ante 9,50% ontem.

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