O Índice Bovespa fechou em nova baixa discreta, de 0,3%, aos 63.866, novamente resistindo a uma realização maior de lucros depois das fortes altas deste mês. O volume negociado foi de R$ 8,163 bilhões, com destaque para Vale, que subiu 6%, puxada pela disparada dos preços do minério na China. O mercado segue acompanhando a votação da PEC 241 do teto dos gastos na Câmara e os sinais do Banco Central de novas quedas dos juros indicadas pela ata da reunião do Comitê de Política Monetária da semana passada.
Na ata, o BC se mostra preocupado ainda com os preços dos serviços e com a aprovação das medidas fiscais, o que pode indicar que os juros vão cair menos na próxima reunião. O mercado trabalhava com um corte maior, de 0,5 ponto no fim de novembro, mas hoje os mercados futuros de juros indicaram que essa projeção está sendo ajustada para 0,25 ponto, como na semana passada.
O dólar também caiu para o menor nível desde julho do ano passado, R$ 3,106, com a expectativa de aprovação da PEC, com a ata mais conservadora do Copom e com a repatriação de recursos do exterior, que continua trazendo bilhões para o país. Hoje também os números das contas externas, com o déficit de contas correntes caindo para US$ 465 milhões, o menor desde setembro de 2007, reformam a calmaria para o dólar. O fluxo cambial de outubro, positivo em US$ 2,5 bilhões até dia 21, também joga o dólar para baixo.
Estrangeiros trouxeram R$ 3,3 bi para a Bovespa
E a bolsa também ajuda. Os estrangeiros continuam trazendo dinheiro para a Bovespa, com o saldo atingindo R$ 3,290 bilhões neste mês até dia 21, com acumulado no ano de R$ 16,334 bilhões.
Vale sobe 6% com minério de ferro
A maior alta do índice foi da ação PN (preferencial, sem voto) da Vale, que subiu 6,52%, sendo que o papel ON (ordinário, com voto) ficou com a terceira maior alta, 5,17%. A ação PN da Bradespar, holding que tem como principal ativo as ações da Vale, subiu junto, 5,92%, e ficou o segundo lugar entre as maiores altas. Completam a lista Localiza ON, 4,07% e Fíbria ON, 4,06%.
A alta das ações da Vale acompanha a valorização do minério de ferro na China, que chegou a atingir 6% e recuou no fechamento para 4,9%, ou US$ 61,60 a tonelada.
Hypermarcas cai 5%
As maiores quedas do índice foram de Hypermarcas ON, 5,06%, Estácio Participações ON, 2,98%, Multiplan ON, 2,78%, Banco do Brasil ON, 2,37% e Petrobras ON, 2,12%. A ação da estatal do petróleo caiu junto com os preços da commodity no exterior. O tipo Brent, negociado em Londres, caiu 2,33%, para US$ 50,26 o barril, e o tipo WTI rompeu a barreira dos US$ 50,00, fechando a US$ 49,96, em queda de 1,3%. O mercado passou a duvidar mais que os países da Opep vão conseguir reduzir a produção como combinado no mês passado na Argélia. Eles voltam a se reunir em novembro.
Europa e EUA caem e petróleo perde os US$ 50
Na Europa, o índice regional Stoxx 50 fechou em queda de 0,21%, enquanto o Financial Times subia 0,46%. Já o DAX, de Frankfurt, caiu 0,04%, assim como o CAC, de Paris, 0,26%.
Nos Estados Unidos, em meio a resultados de empresas, as bolsas fecharam em queda, com o Índice Dow Jones recuando 0,3%. O Standard & Poor’s 500 recuou 0,4% e o Nasdaq, 0,5%. Entre os resultados negativos, a fabricante de eletrodomésticos Whirlpool caiu 11% após divulgar queda nos lucros de nas vendas. O mesmo ocorreu com a General Motors, que caiu 4,2%, que anunciou que dobrou o lucro no terceiro trimestre, mas alertou que terá perdas com a saída do Reino Unido da União Europeia. Já Lockheed Martin anunciou aumento das vendas e o papel subiu 7,4%.
Juros futuros sobem com ata do Copom
No Brasil, os juros futuros subiram acompanhando a ata do Copom. Os contratos de DI para janeiro de 2017 subiram de 13,72% para 13,73%. Já os para janeiro de 2018 subiram de 12,16% para 12,26%. Os para 2021 subiram de 11,08% para 11,20% ao ano.