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Ibovespa chega aos 76.403 pontos, fecha em 75.990 e bate novos recordes; JBS cai 4% e dólar sobe

O Índice Bovespa teve mais um dia de recordes nominais, atingindo 76.403 pontos durante o pregão e recuando no fim do dia para fechar em 75.990 pontos, novo recorde, em alta de 0,31%. O mercado brasileiro continua na tendência de alta iniciada após a redução de risco de afastamento do presidente Michel Temer, da queda dos juros e dos sinais de reaquecimento mais forte da economia, que podem influenciar a eleição presidencial de 2018. Em termos reais, porém, o índice ainda está longe de suas máximas, tanto em dólar quanto corrigido pela inflação, segundo dados da Economática. Corrigido pela inflação, o recorte do Ibovespa de maio de 2008 equivaleria hoje a 127 mil pontos.

O mercado segue ignorando os problemas com déficit fiscal mais elevado e dificuldade em aprovar a reforma da Previdência, bem como as novas denúncias contra Temer, e prefere se concentrar na expectativa positiva para o país. O cenário externo, de grande liquidez internacional e juros baixos nos Estados Unidos e na Europa ainda por um bom tempo, também favorecem a tendência de alta da bolsa. E a aversão ao risco no exterior continua, como mostram novos recordes das bolsas americanas hoje.

Hoje também foi dia de vencimento de opções de ações, que movimentou R$ 4,9 bilhões e registrou o ganho dos comprados, que ganham quando a bolsa sobe porque têm a opção de comprar os papéis por um preço mais baixo. Só Ambev que não subiu o esperado e permitiu R$ 500 milhões em opções de venda também. Já o mercado à vista movimentou certa de R$ 10 bilhões, perto da média do mês, de R$ 10,2 bilhões, e acima da média do ano, de R$ 8,2 bilhões.

Os estrangeiro seguem dando fôlego ao mercado brasileiro, com um saldo no mês de R$ 2,789 bilhões até dia 14, elevando para R$ 13,775 bilhões o acumulado neste ano.

O destaque de alta foi Usiminas PNA, com ganho de 7,14%, seguida de Pão de Açúcar PN, 4,11%, CSN ON, 3,41%, Weg ON, 3,28% e Rumo Logística ON, 2,94%, quase todas ligadas à atividade econômica.

JBS cai 4% após volta de Zé Mineiro

Já as quedas foram lideradas pelas ações ON da JBS, com perda de 3,95%, após a empresa anunciar que o fundador José Batista Sobrinho está reassumindo a presidência da empresa depois que seus dois filhos, Wesley e Joesley, que tocavam o negócio, foram presos. Uma comissão de executivos, que inclui o filho de Wesley, foi criada para ajudar Zé Mineiro, como José Batista é conhecido, a tocar a empresa.

A decisão não agradou alguns investidores, pois indica que a família não vai abrir mão do comando dos negócios, como querem importantes acionistas como o BNDES como forma de reduzir o desgaste da imagem da companhia. Hoje, o BNDES informou que pediu estudos a sua área jurídica para cobrar da Câmara Arbitral da B3 providências a respeito da indicação de José Batista para a presidência da empresa, reclamando que não participou da decisão.

Além de JBS, fecharam em baixa no Ibovespa, Multiplan ON, 2,36%, Estácio Participações ON, 2,21%, Cosan ON, 1,85% e Cielo ON, 1,53%.

Entre as mais negociadas, destaque para Vale ON, que subiu 1,33%, Itaú Unibanco PN, 0,73%, Bradesco PN, 0,86%, e, em queda, Ambev ON, -1,21%.

Novos recordes nos EUA

Também em suas máximas históricas, os índices americanos renovaram os recordes de sexta-feira, com o Dow Jones subindo 0,28%, para 22.331 pontos, o Standard & Poor’s 500, 0,15%, para 2.502 pontos, e o Nasdaq, 0,10%, para 6.454 pontos. Na Europa, o dia também foi de alta, com o Índice Euro Stoxx 50 ganhando 0,32%, o Financial Times, de Londres, 0,52%, o DAX, de Frankfurt, 0,32%, o CAC, de Paris, 0,30% e o Ibex, de Madri, 0,20%. Argentina, Chile, Peru, a maioria das bolsas dos países emergentes fechou em alta, reforçando o cenário de que a grande liquidez internacional está favorecendo os mercados de risco.

Dólar em alta

Já o dólar comercial fechou em alta de 0,64%, vendido a R$ 3,136 no mercado comercial.

Os juros recuaram mais um pouco hoje, e os contratos para janeiro de 2018 projetam agora 7,585% ao ano, 0,02 ponto menos que na sexta-feira.  Para janeiro de 2019, a projeção é 7,44%, 0,08 ponto de queda, e para 2021, 8,93%, 0,04 ponto menos.

 

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