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Ibovespa abre estável e dólar cai apesar da Itália; Trump tuíta contra o mundo

O Índice Bovespa iniciou o dia praticamente estável, sem rumo definido, apesar da turbulência na Europa após a derrota da proposta de reforma política na Itália, que derrubou o governo de Matteo Renzi e afetou os papéis dos bancos do país. No Brasil, o Índice Bovespa cai 0,24%, para 60.168 pontos, acompanhando as más notícias da economia e da política.

Hoje, o presidente Michel Temer reforçou o apoio ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que tem sido alvo de críticas pela frustração da recuperação econômica esperada para o terceiro trimestre. E as projeções são cada vez piores para o ano que vem também, como mostra o relatório Focus. Temer não só cacifou Meirelles, como prometeu um pacote de ajuda para a economia. Já Meirelles anunciou, em evento em São Paulo, que o governo deve apresentar a proposta de reforma da Previdência aos sindicalistas hoje e amanhã o texto deve seguir para o Congresso.

As maiores altas do dia do Índice Bovespa são de Braskem PNA (papel preferencial, sem voto, série A), 6,92%, seguido de Smiles ON (papel ordinário, com voto), 4,89%, CCR ON, com 3,44% e Usiminas PNA, 3,02%. Os papéis de siderúrgicas e mineradoras são beneficiadas pela alta de 1,07% do minério de ferro na China hoje, para US$ 78,62 a tonelada.

As maiores quedas do índice são de Sabesp ON, 2,68%, Localiza ON, 2,07%, Tim Particpações ON, 2,13% Telefônica do Brasil ON, 1,69%. As units (recibos de ações) do Santander estão entre as maiores quedas, com 2% de baixa, refletindo a crise na Itália, que coloca em dúvida o sistema financeiro italiano e de toda a Europa. No Brasil, os bancos também seguem em queda, com Itaú Unibanco PN perdendo 0,21%, Bradesco PN, 0,95% e Banco do Brasil ON, 1,55%.

Petrobras PN segue como papel mais negociado, com alta de 0,38%, acompanhando os preços do petróleo.

Na Europa, as bolsas estão em alta, com o índice regional Stoxx 50 ganhando 1,05%, o Financial Times, de Londres, 0,36%, o DAX, de Frankfurt, 1,46% e o CAC, de Paris, 0,87%. Já o Índice MIB, da Bolsa de Milão, cai 1,13% com a crise política deflagrada após a derrota da proposta de reforma do governo. O primeiro-ministro Matteo Renzi anunciou que renunciará hoje à tarde, criando incerteza sobre o futuro do país, que pode cair nas mãos de partidos populistas ou de extrema direita.

Nos EUA, os mercados acompanham o estilo do futuro presidente Donald Trump de comandar a política externa, usando sua conta no Twitter. Ele mandou recados para a China, depois de provocar um mal-estar ao ligar para a presidente de Taiwan, inimiga histórica do governo comunista chinês. Trump questionou se a China havia consultado os Estados Unidos antes de desvalorizar sua moeda, o yuan, ou antes de construir um massivo complexo militar no Sul do Mar da China. O estilo de Trump preocupa os analistas pelo receio de criar conflitos desnecessários. Ele é comparado ao ex-presidente Richard Nixon, cuja política “madman” (homem louco) servia para confundir os inimigos na época da Guerra Fria.

Nos EUA, o Índice Dow Jones tinha queda de 0,11%, o Standard & Poor’s estava perto da estabilidade, com alta de 0,04%, assim como o Nasdaq, com alta de 0,09%. Os juros americanos estavam em alta novamente, com o papel de 10 anos do Tesouro pagando 2,43%, 0,05 ponto percentual acima de sexta-feira, indicando o receio cada vez maior que as políticas de Trump elevem a inflação e os juros americanos.

E o petróleo também ajuda a aumentar o receio com a inflação, com o barril do tipo WTI negociado nos EUA subindo 0,8%, para US$ 52,10, e o Brent, de Londres, 0,84%, para US$ 54,92.

No mercado brasileiro, o dólar está em queda de 0,28%, vendido a R$ 3,463 no mercado comercial e a R$ 3,62 no turismo, em queda de 0,54%.

Os juros projetados nos contratos futuros de DI na BM&FBovespa estão em queda, com o vencimento janeiro de 2018 trabalhando com 12,09%, ante 12,24% na sexta-feira, e para 2021, 12,14%, ante 12,34% na sexta.

 

 

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