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Fique de olho: construtor mais confiante, INCC-M sobe 0,29%, cooperativas de crédito, SFH

A confiança do construtor brasileiro voltou aos níveis de 2015, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que divulgou também o Índice do Custo da Construção Civil do Mercado (INCC-M), com alta de 0,29% em janeiro. O Conselho Monetário regulamentou o crédito rotativo por 30 dias apenas, mudou as regras de repasse de recursos para cooperativas de crédito e deu prazo para os bancos alterarem o cálculo das prestações da casa própria. O Rio fechou acordo com a União que prevê a venda da empresa de saneamento do Estado. Cartão do BNDES poderá ser usado por pequenas confecções para financiar vendas. Receita do setor de máquinas caiu 24,3% em 2016. Petrobras reduz preço da gasolina e do diesel, Trump dá tiros no pé e Eike Batista segue foragido.

Confiança do construtor volta ao nível de 2015

O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 2,5 pontos em janeiro deste ano, atingindo 74,5 pontos, em uma escala de zero a 200. Esse é o maior nível desde junho de 2015 (76,2 pontos). O crescimento do índice foi provocado principalmente pelo maior otimismo em relação ao futuro, medido pelo Índice de Expectativas, que subiu 3,4 pontos e alcançou 84 pontos. As perspectivas para a demanda nos próximos três meses foi o que mais contribuiu para o crescimento em janeiro (3,9 pontos). A confiança em relação ao momento presente, medida pelo Índice da Situação Atual, também cresceu: 1,5 ponto, atingindo 65,3 pontos. O Nível de Utilização da Capacidade do setor subiu 0,7 ponto percentual (p.p.), alcançando 63,8%. Entre dezembro e janeiro, a proporção de empresas prevendo reduzir o quadro de pessoal passou de 41,4% para 32,7%, enquanto a parcela das que planejam contratar subiu de 10,2% para 14,0%.

Custo da Construção sobe 0,29% em janeiro e acumula 6,32% em 12 meses

O Índice Nacional de Custo da Construção-M (INCC-M), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 0,29% em janeiro deste ano e acumula alta de 6,32% em 12 meses. A taxa deste mês ficou abaixo do 0,36% de dezembro de 2016. O INCC é usado na correção de contratos na planta, enquanto o imóvel não foi entregue pelas construtoras. A queda da inflação do INCC-M de janeiro foi provocada pelo menor aumento do custo da mão de obra, de 0,55% em dezembro para 0,28% em janeiro. A taxa referente a materiais, equipamentos e serviços subiu de 0,15% para 0,30% no período. Entre os materiais, equipamentos e serviços, a maior taxa de inflação em janeiro foi observada no segmento de instalação elétrica (3%).

Confecções poderão usar cartão do BNDES para financiar vendas a varejistas

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem que empresas de confecção poderão se cadastrar para vender a varejistas com financiamento do Cartão BNDES. A medida vale para itens de fabricação nacional e resulta de colaboração técnica entre o banco e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). Os primeiros segmentos que poderão vender e receber dos compradores via Cartão BNDES são malharia, meias e tricotagem e moda íntima. Esses setores reúnem cerca de 8 mil empresas. A meta, segundo o BNDES, é incorporar gradualmente todo o setor de vestuário. “A gente está criando um canal de financiamento para que as pequenas confecções possam vender seus produtos com segurança e, de certa forma, reduzir inclusive a dependência delas das grandes redes, porque elas têm uma relação mais individual”, disse à Agência Brasil o chefe do Departamento de Operações de Internet do BNDES, Ricardo Albano. “É um canal de vendas mais potente para as pequenas redes de varejo.” Podem solicitar o credenciamento no portal do banco empresas constituídas há mais de dois anos.

Bancos não poderão financiar cooperativas de crédito com recursos do crédito rural

A partir de julho, os bancos não poderão mais repassar parte dos depósitos à vista a cooperativas de crédito para cumprir a exigência mínima de recursos para o crédito rural. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou resolução que restringe esse tipo de operação. Atualmente, todos os bancos são obrigados a destinar 34% dos depósitos à vista para o crédito rural. Para cumprir a exigência, atualmente eles são autorizados a usar o repasse interfinanceiro (modalidade de transferência entre instituições financeiras) para cooperativas de crédito, que emprestam o dinheiro para operações de crédito rural. De acordo com o Banco Central (BC), o fato de essas transações serem registradas em cartório e o grande número de cooperativas de crédito no país, cerca de 300, dificultam a fiscalização. A partir do próximo semestre, apenas os bancos ligados a sistemas de cooperativas de crédito poderão continuar a fazer o procedimento. Entre as instituições beneficiadas estão bancos cooperados, cooperativas centrais de crédito (que reúnem várias cooperativas menores) e confederações de cooperativas centrais. Os demais tipos de bancos poderão repassar recursos para as cooperativas de crédito apenas por meio de um instrumento chamado de depósito interfinanceiro vinculado a crédito rural (DIR), que é mais facilmente fiscalizado pelo BC.

Bancos têm mais 5 meses para mudar cálculo de prestações do SFH

Na reunião de ontem, o Conselho Monetário Nacional também estendeu em cinco meses o prazo para que os bancos mudem a composição das parcelas do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Em novembro, o Conselho Monetário tinha determinado que todas as parcelas dos financiamentos do SFH tivessem uma parte destinada à amortização (redução do saldo devedor, o principal da dívida), e não apenas de juros. O objetivo era fazer com que o mutuário tivesse o saldo devedor reduzido desde a primeira parcela nos novos contratos. A exigência passaria a valer para financiamentos contratados a partir deste mês e formalizados até março. Segundo o Banco Central, como os bancos não tiveram tempo de atualizar os sistemas informáticos para a emissão dos novos contratos, a mudança passará a valer para operações contratadas a partir de junho e formalizadas até agosto. Atualmente, quase todos os bancos adotam o sistema de amortização em todas as parcelas. No entanto, uma pequena parcela das instituições deixava de amortizar a dívida do mutuário em pelo menos uma prestação a cada trimestre. Nesse caso, o mutuário pagava apenas juros em algumas parcelas e via o saldo devedor aumentar nessas ocasiões. Concedidos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), os financiamentos do SFH cobram juros mais baixos que os de mercado.

Estado do Rio fecha acordo para receber socorro federal de R$ 26 bi

O estado do Rio de Janeiro assinou ontem com o governo federal um termo de compromisso para receber socorro financeiro da União. Para sanar um déficit que deve chegar a R$ 26,132 bilhões em 2017, o estado vai receber o aval do governo federal para tomar dois empréstimos de cerca de R$ 6,5 bilhões, tendo como garantias a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) e uma antecipação de receitas de royalties do petróleo. O governador e o ministro anunciaram a assinatura do termo de compromisso após se reunirem com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto. Também esteve no encontro o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani. Uma vez concluídas as promessas do estado e aprovadas as medidas no Legislativo estadual, a União vai poder dar garantias para o empréstimo. “Concordamos com a estruturação de operação que vai se permitir que use a Cedae como garantia, após aprovado o projeto de privatização pela Alerj. Os recursos da privatização [serão importantes] para que a União conceda o aval para operação de empréstimo em um banco federal. Garantia da União e contra-garantia da Cedae”, afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. O acordo vale inicialmente por três anos, até 2019, podendo ser renovado caso seja necessário. Com a obrigação de cumprir uma série de contrapartidas de corte de gastos e aumento de receitas, o governo estadual terá, primeiramente, que aprovar as medidas que já tramitam na Alerj para que elas sejam executadas.

Receita líquida do setor de máquinas caiu 24,3% em 2016

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan, disse hoje (25) que a falta de confiança, agravada pelos juros altos foi determinante para a queda no faturamento em 2016. Os números divulgados pela Abimaq mostram que a indústria de máquinas e equipamentos registrou a quarta queda seguida em 2016, de 24,3% na receita líquida total, ou seja, nas vendas internas e exportações. A queda vem acontecendo desde 2013, com -5%, em 2014 com -11,6% e em 2015 amargou -14,4%. O ano passado teve o pior desempenho na série histórica iniciada em 1999. “A incerteza política, uma inflação elevadíssima, com 10%, uma Selic de 14%, a restrição de crédito, ou seja, os próprios bancos não operando com o Finame (Financiamento para aquisição e produção de máquinas e equipamentos novos), e a falta de confiança de quem vai comprar a máquina impediram o crescimento do setor”, disse o presidente da associação. A receita do setor foi de R$66,3 bilhões em 2016, abaixo dos R$66,8 bilhões registrados em 2003, até então a pior marca histórica. Se comparado ao último ano de crescimento do setor, 2012, o número de 2016 representa apenas 54,4% da receita daquele período. Segundo a Abimaq, esta é a maior crise histórica do setor, que, mesmo diante de uma retomada da economia, deve ser um dos últimos a voltar a crescer por causa do elevado nível de capacidade ociosa da indústria em geral, o que tende a adiar novos investimentos mesmo diante da ligeira expansão da atividade econômica prevista para 2017 e 2018.

Presidente do Santander espera crescimento de crédito de até 7% este ano

O ano de 2017 deve trazer melhoras para o mercado de crédito, que deve ter um crescimento de 5% a 7% depois da queda de 3,5% registrada em 2016, afirma o presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial. Segundo ele, a economia brasileira deve melhorar este ano em relação ao ano passado, com os preços das commodities em alta, o petróleo acima de US$ 50, uma safra recorde de grãos no Brasil, a injeção de R$ 30 bilhões na economia com a liberação das contas inativas do FGTS e um declínio da taxa básica de juros e da inflação, que leva a um aumento da renda real de grande parte da população. A isso deve se junta uma atitude mais ativa dos bancos no sentido de autorregular suas atividades para definir o papel do sistema financeiro no desenvolvimento do país, como foi o caso das mudanças no crédito rotativo dos cartões. Rial observa que, com as mudanças no compulsório anunciadas semana passada, o governo também indica que vai levar adiante uma agenda de desregulamentação que pode facilitar e aumentar os negócios.

Eike vira foragido e entra na lista da Interpol

O nome do empresário Eike Batista, alvo da Operação Eficiência, deflagrada hoje no Rio de Janeiro, foi incluído na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional. Eike já foi um dos homens mais ricos do mundo após lançar ações de diversas empresas não operacionais do chamado Grupo X, que era capitaneado pela empresa de petróleo OGX e atuava em diversos setores, como carvão, portos e mineração. O grupo quebrou após a OGX informar que não havia encontrado o petróleo que projetava extrair, provocando perdas bilionárias no mercado. Após de não localizar o empresário, pela manhã, a Polícia Federal (PF) solicitou ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal no Rio e que autorizou o mandado de prisão do empresário, que formalizasse o pedido de inclusão do nome de Eike na lista, o que ocorreu no decorrer do dia. Com isso, o empresário pode ser preso no exterior, ser extraditado e passou a ser considerado foragido internacional.

Os tiros no pé do cowboy Trump

Os primeiros tiros do novo presidente Donald Trump, em seu estilo “cowboy”, de construir um muro na fronteira com o México, podem acabar atingindo seu próprio pé. Trump anunciou anteontem a construção do muro, exigindo ainda que os mexicanos paguem pela obra, de custo estimado em US$ 15 bilhões. Uma clara bravata, já que ele não pode obrigar o governo do México a aceitar isso mesmo com todos os botões nucleares do mundo. Como alternativa, Trump ameaça os hoje aliados comerciais com a criação de um imposto de importação de 20% sobre os produtos mexicanos. Na prática, porém, quem pagará esse imposto não são os mexicanos, mas os cidadãos americanos, que arcarão com custos mais altos para adquirir os produtos do país vizinho. Além disso, a única empresa cimenteira de grande porte na região que pode fornecer cimento para o muro é mexicana. As ameaças de Trump levaram o presidente mexicano a suspender a visita que faria aos EUA na semana que vem.

Petrobras reduz preço da gasolina e do diesel

A Petrobras anunciou ontem uma redução nos preços do diesel, de 5,1%, e da gasolina, em 1,4%, em média, nas refinarias, a partir de amanhã. A decisão é explicada principalmente pelo efeito da valorização do real desde a última revisão de preços, por ajustes na competitividade da Petrobras no mercado interno e pela redução dos preços dos derivados nos mercados internacionais, especialmente do diesel, que registrou uma elevação de estoques em função de um inverno menos rigoroso que o inicialmente previsto no Hemisfério Norte.

Rotativo sem fim acaba em abril

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou hoje a Resolução nº 4.549, que disciplina o financiamento do saldo devedor da fatura de cartão de crédito e dos demais instrumentos de pagamento pós-pagos. A resolução estabelece que o saldo devedor não liquidado integralmente no vencimento da fatura somente poderá ser financiado pelo rotativo até o vencimento da fatura subsequente, ou seja, por um mês. No vencimento, se ainda houver saldo devedor relativo ao crédito rotativo, ele poderá ser financiado mediante linha de crédito parcelado, a ser oferecida pela instituição financeira, em condições mais vantajosas ou liquidado integralmente pelo cliente. Os juros do rotativo do cartão de crédito são os mais altos do mercado, e chegaram em dezembro ao recorde de 15,85% ao mês, ou 484,6% ao ano, segundo o Banco Central (BC). Por seu alto custo, o rotativo é uma das principais causas de desorganização financeira das famílias, que são obrigadas depois a renegociar o débito.

Com informações da Agência Brasil.

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