Os investidores estrangeiros tiraram R$ 3,328 bilhões da Bovespa neste mês até dia 23, segundo dados da BM&FBovespa. O resultado reduziu praticamente à metade o saldo desses investidores no ano, que agora está em R$ 3,556 bilhões, o que coincide com a queda do Índice Bovespa no mês, de 4,2% em reais e 5,1% em dólares até dia 24.

Em janeiro, os estrangeiros trouxeram para a bolsa brasileira R$ 6,244 bilhões, uma das maiores entradas de recursos em um único mês na história da Bovespa, diante da expectativa de valorização das commodities com as medidas de estímulo econômico prometidas pelo presidente americano Donald Trump nos EUA e pela visão de que a reforma da Previdência seria aprovada com alguma facilidade pelo governo de Michel Temer.

Com as dificuldades de Trump em aprovar seus projetos no Congresso, que culminaram na semana passada com o fracasso em rever o projeto de saúde universal do seu antecessor, Barack Obama, o mercado passou a considerar o risco de as medidas de estímulo demorarem mais que o esperado ou simplesmente não virem.

No Brasil, a decisão do presidente Temer de retirar os servidores dos Estados e municípios da reforma da Previdência foi visto também como um recuo que pode complicar no futuro o ajuste fiscal do setor público brasileiro, já que os governadores não teriam empenho em reduzir benefícios em um ano pré-eleitoral.

Os estrangeiros seguem com a maior fatia do mercado acionário brasileiro, de 52,8% em março e 50,5% no ano. No ano passado, essa participação era de 52,3%. Já as pessoas físicas respondem por 16,8% do volume do mês e 18,1% no ano, para 17,0% da média do ano passado. Os fundos de pensão respondem por 25,2% do volume de março e 25,7% do volume médio do ano, para 24,9% do ano passado.

O volume negociado na bolsa brasileira também subiu, para R$ 9,5 bilhões por dia em março, 3,5% acima de fevereiro. No ano, o volume médio da Bovespa está em R$ 8,393 bilhões, 13,2% superior à média do ano passado, de R$ 7,416 bilhões.