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Eike viaja aos EUA e escapa da prisão em operação da PF envolvendo Sergio Cabral

A Polícia Federal no Rio de Janeiro prendeu na manhã de hoje, Álvaro Novis, Sérgio de Castro Oliveira, Thiago Aragão e Flávio Godinho. Os quatro faziam parte da organização criminosa liderada pelo ex-governador do estado, Sérgio Cabral, que já está preso, conforme a Operação Eficiência, feita pela força-tarefa da Operação Lava Jato. A operação apura um esquema usado para ocultar mais de R$ 340 milhões enviados ao exterior.

Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) pediram à Justiça a prisão de dez pessoas, tendo sido nove autorizadas, incluindo o ex-assessor e o operador de Cabral no esquema Francisco Assis Neto e do empresário Eike Batista, ambos fora do país. Os demais pedidos de prisão foram contra o próprio governador e outro ex-assessor Carlos Miranda, além do ex-secretário estadual de Governo Wilson Carlos, que também já estão detidos.

Eike viajou com passaporte alemão

A Polícia Federal tenta confirmar o embarque de Eike para Nova York, na última terça-feira, com um passaporte alemão, quando a Justiça já tinha emitido o mandado de prisão. O empresário deve se apresentar imediatamente para não ser considerado foragido. A  Organização Internacional de Polícia Criminal já foi acionada para ajudar nas buscas.

De acordo com o delegado Tacio Muzzi, um dos coordenadores da Operação Eficiência, ainda é cedo para dizer que houve a intenção de fuga de Eike. “Estamos tendo cuidado para ver se há espontaneidade dele se apresentar à Justiça ou não “, disse, sugerindo que o prazo é até o final do dia. O advogado do empresário, Fernando Martins, afirmou mais cedo que  seu cliente participa de reuniões de negócios e que a intenção de Eike é cooperar.

Obstrução das investigações

Eike Batista e o executivo Flávio Godinho, do grupo EBX, são acusados de pagar de US$ 16,5 milhões ao ex-governador, em troca de benefícios em obras, usando uma conta fora do país. Eike Batista, Godinho e Cabral também são suspeitos de terem obstruído investigações.

A operação da PF foi feita com base em depoimentos dos delatores Renato Hasson Chebar, e seu irmão Marcelo Hasson Chebar, que atuavam no mercado financeiro, em troca de benefícios. Eles estão envolvidos na remessa de US$ 100 milhões do ex-governador para fora do país. Há suspeita que eles tenham utilizado mais de cinco contas para dividir o dinheiro.

Eike vai cooperar, diz advogado

O advogado de Eike afirmou que seu cliente pretende se entregar à Justiça o mais breve possível. Fernando Martins informou que o empresário está em Nova York, nos Estados Unidos, onde participa de reuniões de negócio.

“Estamos em contato com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, e a intenção dele é cooperar com esses órgãos, como sempre cooperou, e retornar o mais rápido possível”, disse o advogado.

A defesa de Eike ainda não se posicionou sobre as acusações do MPF, que motivaram o pedido de prisão. O advogado também afirmou que os documentos estão sendo analisados e que um posicionamento deve ser emitido por meio de nota à imprensa, até o fim do dia.

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