Ações, Ações na Arena

Dólar perde 2% após BC vender US$ 6 bi em swap; Ibovespa cai 1% e Braskem sobe 21%

O Banco Central reforçou hoje a oferta de contratos de swap cambial com um leilão de 35 mil contratos pela manhã e mais um ao meio-dia de 40 mil e outro agora à tarde, de mais 40 mil, além dos 8.800 para rolagem do vencimento de julho. No total, são 123.8oo contratos, equivalentes a US$ 6,190 bilhões, o que fez o dólar perder fôlego e fechar em queda de 2%, vendido a R$ 3,73 no mercado comercial. O dólar turismo fechou vendido a R$ 3,88, em queda de 2%. Além dos leilões pesou o anúncio do BC ontem de que vai continuar com a oferta extra de swaps cambiais na semana que vem, com mais US$ 10 bilhões além dos US$ 24,5 bilhões vendidos esta semana e da rolagem de julho, que corresponde a 8.800 contratos por dia, ou R$ 440 milhões.

Mercado “pistola” confronta BC à espera de alta dos juros no Copom

A ação do BC fez também as taxas de juros recuarem e o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 na B3 caiu de 7,61% ontem para 7,34% ao ano. Para 2020, a taxa recuou de 9,37% para 9,09%. Para 2025, a taxa caiu de 12,38% para 12,07%. Mesmo assim, o mercado segue projetando alta para os juros básicos este ano, mantendo a queda de braço com o BC e pressionando para uma alta das taxas na semana que vem, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) volta a se reunir para discutir a taxa Selic.

Desde que o BC não reduziu os juros na reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom), boa parte do mercado, que teve prejuízos ao seguir as indicações do presidente Ilan Golfajn, vem apostando contra a política monetária do governo e questionando a capacidade do BC manter o juro nos atuais 6,5% ao ano. Em tempos de Copa do Mundo, o mau humor do mercado lembra o símbolo da seleção, o canarinho “pistola”, e pode levar a novas altas dos juros e do dólar em meio à alta dos juros nos EUA e incertezas eleitorais no Brasil.

Tensão comercial entre EUA e China cresce e derruba bolsas

A queda do dólar acompanha a baixa da moeda no mercado internacional, em meio ao agravamento do conflito entre Estados Unidos e China. O presidente americano Donald Trump autorizou ontem o aumento de alíquotas de importação que atingirão US$ 50 bilhões de produtos chineses. A China, por sua vez, anunciou que vai responder na mesma moeda e alertou empresas americanas de que tomará medidas restritivas também. A tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo fez as bolsas na Europa fecharem em queda, com o índice regional Euro Stoxx 600 perdendo 0,99%, o DAX, da Alemanha, 0,74% e o CAC, de Paris, 0,48%. O Financial Times, de Londres, recuou 1,7%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones caiu 0,34%, o Standard & Poor’s 500, 0,10% e o Nasdaq, 0,19%.

Ibovespa cai 0,93% e fica abaixo de 71 mil pontos; estrangeiros saem

Na bolsa brasileira o Índice Bovespa chegou a cair até 69.582 pontos, recuperando-se ligeiramente, para fechar em 70.757 pontos, queda de 0,93%. O mercado brasileiro acompanhou o pessimismo das bolsas internacionais com a guerra comercial entre Trump e os chineses. Os estrangeiros seguem tirando recursos da bolsa brasileira, como mostram os dados até 13 de junho da B3. O saldo negativo no mês já supera R$ 4 bilhões. O volume negociado na bolsa segue em alta, com R$ 16,6 bilhões hoje, acima da média do ano, de R$ 12 bilhões.

Vale ON caiu 4,99% com a baixa do dólar e o receio dos impactos que a guerra comercial com os Estados Unidos pode ter sobre as importações da China, maior comprador de minério de ferro brasileiro. Petrobras PN perdeu 0,86%, enquanto Itaú Unibanco PN recuperou parte das perdas de ontem, com alta de 0,97%. Bradesco PN subiu 1,78%, mas Banco do Brasil ON caiu 1,19%.

Braskem sobe 21% com venda para holandesa

Mas o destaque do dia é a ação da Braskem, que subiu 21,40%. A empresa divulgou hoje cedo que sua controladora, a Odebrecht, negocia com a holandesa LyondellBasell, com sede em Roterdã, a venda da totalidade da participação da empreiteira brasileira na petroquímica. Segundo a Odebrecht, as negociações estão em estágio preliminar e foi concedida exclusividade à LyondellBasell no âmbito das tratativas, que são regidas por acordo de confidencialidade. Por fim, foi ressaltado que caso a Transação seja concretizada serão garantidas aos demais acionistas da Companhia as mesmas condições que vierem a ser negociadas para a Odebrecht, o que incluiria a Petrobras.

As maiores altas do dia, além de Braskem, foram de Weg ON, 3,48%, RaiaDrogasil ON, 1,95% e Iguatemi ON, 1,58%. As maiores baixas são de Eletrobras ON, 8,39%, Eletrobras PNB, 8,20%, Usiminas PNA, 6,52%, e ViaVarejo Unit, 6,51%.

 

 

Artigo AnteriorPróximo Artigo