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Ibovespa a 70 mil pontos? Citibank vê bolsa repetindo euforia de 2003

O Citibank compara o momento atual do Brasil com o vivido há 14 anos, quando um rali de 15 meses fez o preço das ações triplicar. O banco estima que o Índice Bovespa possa atingir 70 mil pontos em 2017. Hoje, o índice está perto dos 57 mil pontos, o que equivaleria a 22% de ganho.

Em 2002, a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, apavorou boa parte dos investidores e do mercado, pelo receio de que haveria uma mudança radical na política econômica de Fernando Henrique Cardoso. Com isso, o Índice Bovespa despencou e o risco-país atingiu mais de 10 pontos percentuais acima dos juros americanos. Mas quando Lula indicou Antonio Palocci para o Ministério da Fazenda e Henrique Meirelles para o Banco Central, o real e a bolsa dispararam.

Para a área de pesquisas do Citi, o tom hoje parece similar, após o trauma político do impeachment de Dilma Rousseff e a posse do vice, Michel Temer, inclusive com a volta de Meirelles ao governo, desta vez com reformas profundas para aprovar. Para o Citi, caso o ciclo se repita, o Índice Bovespa teria espaço para subir outros 40% em seis meses. Já olhando para o valor das companhias e seu potencial de ganhos, o Citi estima um Ibovespa de 70 mil pontos e, 2017.

Economia pior que em 2003

Entre as diferenças, o relatório destaca que a economia hoje está muito mais fraca que em 2003, quando havia desaceleração, mas não recessão, a pior desde 1930. Mas, ao mesmo tempo, uma recuperação da economia nesse cenário traria muito mais ganhos sem grandes investimentos das empresas.

A política monetária americana também não é tão benéfica hoje como foi há 14 anos, já que os juros nos EUA estão para subir, e não cair como naquela época. Mas a política monetária brasileira também foi mais apertada em 2003, passando a cair apenas em junho e impulsionando o rali da bolsa. Hoje, a expectativa do Citi é que os juros no Brasil comecem a cair em novembro.

Maior chance de aprovação de reformas

O Citi analisa o cenário político e diz que o mercado está subestimando as chances de o governo aprovar as reformas. E lembra que o Congresso é muito dependente do Executivo em termos de verbas e emendas. A fragmentação partidária, com muitos partidos de regiões pobres, pode ajudar o presidente Temer a aprovar o que quiser este ano e no próximo. E o novo presidente conhece bem a máquina do Legislativo, após presidir a Câmara por três ocasiões.

O banco americano acredita que as propostas de reformas devem avançar depois das eleições municipais, devido ao desgaste que elas poderiam provocar na população ao serem usadas pela agora oposição a Temer. E diz que o momento para o investidor tomar posições no mercado brasileiro é agora, antes das eleições.

 

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