Ações, Ações na Arena

Bolsa ignora crise institucional e sobe 1,6%; JBS ganha 17% com IPO nos EUA

O Índice Bovespa está em alta hoje, acompanhando a melhora dos mercados internacionais com a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) vai manter a recompra de títulos dos bancos e a oferta de liquidez em alta. O mercado brasileiro ignora, assim, o risco de uma crise institucional envolvendo o Senado e o Supremo Tribunal Federal (STF), que começou ontem com uma liminar do ministro Marco Aurélio de Mello baseada em uma decisão parcial do tribunal de retirar do cargo de presidente o senador Renan Calheiros. Renan, por sua vez, não aceitou a decisão do Supremo ao rejeitar a intimação enviada duas vezes, ontem à noite para sua casa e hoje no Senado, além de criticar abertamente a liminar e o ministro Marco Aurélio.

Senado do lado de Renan

A Mesa do Senado, por sua vez, deu apoio a Renan, afirmando que quer primeiro ouvir sua defesa e que pretende esperar o julgamento do mérito da liminar pelo Plenário do Supremo amanhã. Cresce assim, entre analistas, o receito de uma crise institucional entre os Poderes da República, com consequências imprevisíveis para a governabilidade do país.

Votação dos gastos e os bodes da reforma da Previdência

Enquanto isso, a votação do teto dos gastos, prevista para a semana que vem, corre o risco de ser adiada. Mas o governo não quer se mostrar intimidado e enviou hoje ao Congresso a proposta de reforma da Previdência com alguns “bodes” que podem ser tirados da sala para deixar os demais ficarem. Um desses bodes que devem sair nas discussões do Congresso é o que permite que as pensões por morte sejam menores que o salário mínimo. Mas a discussão já começa a chamar a atenção da sociedade e deve ser alvo de campanha publicitária do governo.

Ibovespa sobe e JBS dispara

O Índice Bovespa subia 1,65% às 16h30, aos 60.787 pontos, tendo como destaque os papéis ordinários (ON, com voto) da JBS Friboi, que chegaram a subir mais de 17%. A empresa da família Batista anunciou hoje que a subsidiária holandesa JBS Foods Internacional vai abrir seu capital na Bolsa de Nova York, o que foi bem-recebido pelos analistas. A maior produtora de carne do mundo terá assim acesso a recursos mais baratos no exterior. A alta de JBS ajuda também a concorrente Marfrig, cuja ação ON ganha 6,6%. A ação da JBS é a segunda mais negociada na bolsa, atrás apenas de Petrobras.

A estatal é outra empresa em alta em alta hoje após anunciar ontem o aumento dos preços dos combustíveis. A ação preferencial (PN, sem voto) da estatal subia 2,62%, apesar da queda do petróleo no exterior. O barril do tipo WTI negociado em Nova York recua 2,07%, para US$ 50,72, e o Brent, de Londres, 1,98%, para US$ 53,85.

Itaú Unibanco PN também subia 1,30% e Vale PNA, 0,75%.

No Índice Bovespa, as maiores altas são de JBS, seguid de Localiza ON, 6,78%, Marfrig, Suzano Papel PNA, 6% e Cosan ON, 5,38%. Já as maiores quedas são de Embraer ON, 2,14%, Cemig PN, 1,47%, Sabesp ON, 0,77% e Usiminas PNA, 0,25%.

Na Europa, as bolsas fecharam em alta, animadas com o otimismo com a reunião do BCE na quinta-feira. O índice regional Stoxx 50 subiu 1,57%, o Financial Times, de Londres, 0,49%, o DAX, de Frankfurt, 0,85% e o CAC, de Paris, 1,26%.

Recordes nas bolsas americanas e Trump pega no pé da Boeing

Nos Estados Unidos, os índices subiam e atingiam novos recordes de pontos, em meio às traquinagens do presidente eleito Donald Trump, que hoje resolveu bater na Boeing, afirmando que vai cancelar a encomenda de um novo avião presidencial. O Dow Jones subia modestos 0,02%, o Standard & Poor’s 500, 0,17% e o Nasdaq, 0,09%.

 

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