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Bolsa cai e volta aos 66 mil pontos e dólar sobe para R$ 3,11 na véspera do carnaval

O Índice Bovespa caiu hoje, puxado para baixo por Petrobras e bancos, com os investidores colocando no bolso parte dos lucros já obtidos neste ano antes do feriado de carnaval. O risco de ficar dois dias sem poder acompanhar os mercados lá fora ou reagir a notícias do cenário político aqui incentivaram investidores a reduzir suas posições.

E o movimento aqui acompanha os mercados externos, também em queda, com maior aversão ao risco. Em seu discurso na reunião do Partido Republicano, o presidente Donald Trump repetiu os ataques aos imigrantes e justificou suas decisões polêmicas, mas não deu muitos detalhes sobre as medidas de incentivo à economia que fizeram as bolsas americanas baterem recordes e as commodities dispararem, reavivando as bolsas emergentes também.

A expectativa agora é com o discurso de Trump no Congresso na terça-feira, quando se espera que ele anunciará o tão aguardado pacote de bondades, com redução de impostos e incentivos para a infraestrutura para estimular a economia americana, fazendo-a crescer 3% novamente.

Ibovespa perdeu 1,6% na semana

Na dúvida, os investidores colocaram no bolso parte dos ganhos e o Ibovespa recuou 1,18%, para 66.662 pontos. Com a queda de hoje, o índice fechou a semana perdendo 1,60%. No mês, o ganho ainda é de 3,08% e, no ano, 10,68%. Em 12 meses, o índice acumula 58,40%. O volume negociado foi de R$ 8,354 bilhões, acima da média do ano, de R$ 7,9 bilhões. Os estrangeiros trouxeram para a BM&FBovespa R$ 1,258 bilhões no mês até dia 22 e R$ 7,5 bilhões no ano.

A queda de hoje pode ser uma oportunidade para os que estavam pensando em entrar no mercado, o que vai depender, porém, das reações ao discurso de Trump e aos desdobramentos da nova crise política desencadeada pelas denúncias contra o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que podem envolver o presidente Michel Temer.

Vale cai 0,44%

Vale liderou as negociações do dia, após a divulgação que seu presidente, Murilo Ferreira, deixará a empresa em maio. A ação preferencial (PN, sem voto) série A da mineradora fechou em queda de 0,44%, enquanto a ON, com voto, caiu 1,36%. Petrobras PN foi a segunda mais negociada no dia e fechou com perda de 2,44%. Itaú Unibanco PN, papel de maior peso no índice, caiu 0,79%.

As maiores quedas do dia fora registradas por Ecorodovias ON, 4,77%, Lojas Renner ON, 3,91%, Petrobras ON, 3,16%, e Lojas Americanas PN, 3,07%.

As maiores altas foram de Gerdau Metalúrgica PN, 2,63%, Marfrig ON,2,29%, Natura ON, 2,03% e Klabin Unit, 1,91%.

Europa fecha em baixa

No exterior, as bolsas também registram realizações de lucros, aguardando ainda as medidas de incentivo prometidas pelo presidente Donald Trump e que ainda não se concretizaram.

O índice Euro Stoxx 50 caiu 0,90%, enquanto o Financial Times, de Londres, recuou 0,38%. O DAX, de Frankfurt, caiu 1,20% e o CAC, de Paris, perdeu 0,94%.

Alta nos EUA

Nos Estados Unidos,  o Dow Jones reverteu as quedas no fim do pregão ajudado pelas empresas de energia, e fechou em alta de e 0,06% e o Standard & Poor’s 500, de 0,15%. O Nasdaq ganhou 0,17%.

O mercado acompanha neste sábado a apresentação anual de resultados da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, uma festa  com direito a lembranças e tietagem.

Dólar volta para R$ 3,11

No Brasil, o dólar voltou a subir, em meio às denúncias contra o PMDB, partido do presidente Michel Temer. Ontem, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, pediu licença de saúde, para uma operação de próstata, mas pode não voltar devido às denúncias de um empresário ligado a ele e ao presidente Temer, que teria recebido um envelope com dinheiro de caixa dois da Odebrecht para a campanha do PMDB.

A saída de mais um aliado de Temer, e um dos principais responsáveis pela articulação política do Executivo, preocupa os investidores.

Mais tarde, o presidente Temer divulgou nota em que ele admite que pediu doações para a Odebrecht, mas que elas foram feitas legalmente e registradas pelo partido.

O dólar comercial apresenta alta de 1,83%, vendido a R$ 3,114, voltando a superar os R$ 3,10 depois de ter atingido ontem R4 3,058, menor cotação desde maio de 2015. Já o dólar turismo segue estável, em R$ 3,24 para venda.

Juros sobem

No mercado futuro de juros, as taxas voltaram a subir, acompanhando o noticiário político e a alta do dólar. O contrato para janeiro de 2018 projeta 10,345% ao ano, ante 10,335% ontem.  Já o para 2019 a taxa subiu de 9,81% ontem para 9,84%. Para 2021, a projeção subiu para  10,07%, ante 10,04% ontem.

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