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Bancos e Petrobras perdem força e Ibovespa recua; Vale ganha 4% com minério de ferro

Às 11h50, o Índice Bovespa perdia 0,70%, para 58.744 pontos, pressionado pelas baixas dos papéis dos bancos e da Petrobras. Já as ações da Vale ganhavam com o minério de ferro em alta lá fora, ajudando a evitar uma queda mais forte do indicador brasileiro.

Os papéis preferenciais (PN, sem voto) do Itaú Unibanco caíam 0,63%, Bradesco PN, 1,69%, os ordinários (ON, com voto) do Banco do Brasil, 2,72%, e as units (recibos de ações) do Santander, 1,52%.

Petrobras ON e PN também recuavam 0,83% e 0,24%, respectivamente, apesar da trajetória de alta do petróleo no exterior. Vale ON, por sua vez, batia avanços de 3,74%, e Vale PNA, 1,57%, com a significativa valorização de 3% do minério de ferro na China, para US$ 62,03.

No quadro político, em relatório, a XP Investimentos destaca que o presidente interino Michel Temer adiou a votação do anúncio sobre as empresas que serão desestatizadas. Além disso, segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o governo pretende manter o texto-base da renegociação da dívida dos Estados na sua integralidade.

Hoje, a presidente afastada Dilma Rousseff deve divulgar uma carta à população propondo a realização de plebiscito sobre a convocação de eleições presidenciais antecipadas. Nos municípios, têm início hoje as campanhas eleitorais nas ruas e na internet.

Vale bate quase 4% com minério; Braskem perde 3%

No horário, as maiores altas do Ibovespa ficavam com Vale ON, Energias BR ON, 3%, Gerdau Metalúrgica PN, 2,78%, e Bradespar PN, 2,45%. A mineradora Vale e uma de suas principais acionistas, a Bradespar, tinha fortes ganhos com o minério de ferro mais caro na China. Do lado negativo, as piores quedas do índice eram de Braskem PNA, 3,29%, JBS ON, 2,42%, Klabin unit, 2,41%, e Equatorial ON, 2,20%.

Exterior recua e petróleo tem leve avanço 

No aguardo dos dados do indicador de preços ao consumidor, de construção de novas moradias e de produção industrial, o americano Dow Jones recuava 0,15%, o S&P 500, 0,38%, e o índice da Nasdaq, 0,28%. Para às 13h30, os investidores esperam discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de Atlanta, Dennis Lockhart. Caso os números locais apresentados fiquem muito abaixo do aguardado, a Guide Investimentos aponta um aumento das chances de que o Fed deixe a alta de juros apenas para março de 2017.

Já na Europa, o Índice de Preços ao Consumidor britânico teve deflação de 0,1% em julho, na análise mensal e em linha com o esperado. Na Alemanha, o índice Zew de expectativas econômicas passou -6,8 para +0,5 em agosto, pior do que o esperado pelos analistas, que esperavam +2. O indicador Zew para o bloco melhorou de -14,7 em julho para +4,6 em agosto. Por lá, o Stoxx 50 tinha perdas de 0,84%, o Financial Times, de Londres, 0,42%, o DAX, de Frankfurt, 0,47%, e o CAC, de Paris, 0,58%. Entre as commodities, o petróleo WTI, negociado em Nova York, ganhava 0,44%, para US$ 45,94, e o barril do Brent, de Londres, 0,21%, para US$ 48,45.

Juros curtos sobem; dólar cai para R$ 3,18

Logo cedo, os juros futuros válidos até janeiro de 2017 subiam de 13,96% ao ano para 13,98%. Para 2018, as taxas também avançavam de 12,66% para 12,69%, enquanto 2021 tinha projeções estáveis em 11,88%. O mercado refletia o aumento para 0,48% do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) na segunda prévia de agosto, acima do 0,46% do período anterior.

Mesmo com o novo leilão de até 15 mil contratos de swap cambial reverso de US$ 750 milhões do Banco Central (BC), o dólar comercial caía 0,36%, para R$ 3,18, assim como o dólar turismo, que perdia 0,15%, vendido a R$ 3,31. Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que deve repensar o volume das reservas internacionais quando as condições econômicas estiverem mais favoráveis.

Hoje, os US$ 377 bilhões servem de colchão se segurança para o país no caso de uma fuga de recursos, mas têm um custo alto, pois rendem os juros internacionais dos bancos onde estão aplicados enquanto, no Brasil, o governo emite títulos para comprar os dólares e paga juros de 13,25% ao ano. Porém, qualquer movimentação para reduzir as reservas ou usá-las para financiar investimentos, como já foi sugerido, em um momento delicado como o atual pode ter consequências catastróficas para a taxa de câmbio e para o país, podendo até iniciar uma fuga de recursos.

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